sábado, 22 de fevereiro de 2014

TROVADORISMO - 1ºANO



TrovadorismoTapeçaria - A caça

Trovadorismo se caracteriza como um estilo de época, o qual se manifestou na Idade Média, durante o período do feudalismo.





Cumpre dizer, antes de tudo, que o Trovadorismo se manifestou na Idade Média, período este que teve início com o fim do Império Romano (destruído no século V com a invasão dos bárbaros vindos do norte da Europa), e se estendeu até o século XV, quando se deu a época do Renascimento. Nesse sentido, o artigo ora em questão tem por finalidade abordar acerca do contexto histórico-social, cultural e artístico que tanto demarcou este importante período da arte literária.
Quanto ao contexto cultural e artístico, podemos afirmar que toda a Idade Média foi fortemente influenciada pela Igreja, a qual detinha o poder político e econômico, mantendo-se acima até de toda a nobreza feudal. Nesse ínterim, figurava uma visão de mundo baseada tão somente no teocentrismo, cuja ideologia afirmava que Deus era o centro de todas as coisas. Assim, o homem mantinha-se totalmente crédulo e religioso, cujos posicionamentos estavam sempre à mercê da vontade divina, assim como todos os fenômenos naturais.


CANTIGAS LÍRICAS DE AMOR
DE AMIGO

CANTIGAS SATÍRICAS DE ESCÁRNIO
DE MALDIZER

Cantigas de amor

O sentimento oriundo da submissão entre o servo e o senhor feudal transformou-se no que chamamos de vassalagem amorosa, preconizando, assim, um amor cortês. O amante vive sempre em estado de sofrimento, também chamado de coita, visto que não é correspondido. Ainda assim dedica à mulher amada (senhor) fidelidade, respeito e submissão. Nesse cenário, a mulher é tida como um ser inatingível, à qual o cavaleiro deseja servir como vassalo. A título de ilustração, observemos, pois, um exemplo:

Cantiga da Ribeirinha

No mundo non me sei parelha,
entre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraya
Quando vos eu vi em saya!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
Dhaver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, dalfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia dua correa.
Paio Soares de Taveirós

CANTIGA DE AMIGO

Tais cantigas tinham como cenário a vida campesina ou nas aldeias, e geralmente exprimiam o sofrimento da mulher separada de seu amado (também chamado de amigo), vivendo sempre ausente em virtude de guerras ou viagens inexplicadas. O eu lírico, materializado pela voz feminina, sempre tinha um confidente com o qual compartilhava seus sentimentos, representado pela figura da mãe, amigas ou os próprios elementos da natureza, tais como pássaros, fontes, árvores ou o mar. Constatemos um exemplo:

Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?

(...)

D.DINIZ

Cantigas satíricas

De origem popular, essas cantigas retratavam uma temática originária de assuntos proferidos nas ruas, praças e feiras. Tendo como suporte o mundo boêmio e marginal dos jograis, fidalgos, bailarinas, artistas da corte, aos quais se misturavam até mesmo reis e religiosos, tinham por finalidade retratar os usos e costumes da época por meio de uma crítica mordaz. Assim, havia duas categorias: a de escárnio e a de maldizer.

Apesar de a diferença entre ambas ser sutil, as cantigas de escárnio eram aquelas em que a crítica não era feita de forma direta. Rebuscadas de uma linguagem conotativa, não indicavam o nome da pessoa satirizada. Verifiquemos:

Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!...
João Garcia de Guilhade




Nas cantigas de maldizer, como bem nos retrata o nome, a crítica era feita de maneira direta, e mencionava o nome da pessoa satirizada. Assim, envolvidas por uma linguagem chula, destacavam-se palavrões, geralmente envoltos por um tom de obscenidade, fazendo referência a situações relacionadas a adultério, prostituição, imoralidade dos padres, entre outros aspectos. Vejamos, pois:

Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...
Pero Garcia Burgalês


SOBRE O TROVADORISMO:


Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

Marco inicial

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.

Trovadores

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

trovadorismo

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.




ALGUÉM TENTOU RESUMIR...




1. Teocentrismo

Por Dicionário inFormal (SP) em 01-04-2012

É a teoria segundo a qual Deus é o centro do universo,nada mais é maior que Ele, tudo foi criado por Ele e tudo é dirigido por Ele.

A idade média era "regida" pelo teocentrismo.



FILMES QUE RETRATAM A ÉPOCA









Idade Média/ Classicismo/ Trovadorismo

A megera domada (de Franco Zeffirelli) – 1967- William Shakespeare
Um cavalheiro do século XVI, que ficou pobre, viaja quilômetros atrás de uma esposa rica. Ele encontra uma mulher não só rica como bonita. Tudo ia bem até que ela veio com umas idéias bastante esquisitas, que séculos mais tarde ficariam conhecidas como feminismo.

A Odisséia – 1997 - Poema A Odisséia, Homero
Uma adaptação do poema clássico A Odisséia, atribuído a Homero, onde Odisseu (Ulisses) enfrenta a fúria dos deuses, perigosos inimigos e monstros mitológicos, demonstrando bravura e resistência para retornar aos braços de sua amada Penélope.

A rainha Margot - 1994
Baseado no clássico de Alexandre Dumas. O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu" , que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot.

Documentário Luís de Camões – 1995 - Luís de Camões
Baseado na vida do escritor Luís Vaz de Camões. Gênero: documentário. Ano: 2000. Duração: 55 minDocumentário sobre um dos maiores poetas da Língua Portuguesa realizado pela TV portuguesa. Enfoca sua vida e sua obra.

Hamlet – 1990 – Shakespeare
Mel Gibson interpreta Hamlet nesta versão mais atualizada da mais conhecida obra de William Shakespeare. Hamlet descobre, através do fantasma de seu pai - o antigo rei da Dinamarca - que seu tio, agora casado com sua mãe e o novo detentor do trono, foi quem o assassinou. Agora a alma de Hamlet passará por provações grandiosas enquanto ele toma coragem para se vingar.

Helena de Tróia - 2003
Helena é raptada por Paris, líder dos troianos, e torna-se pivô de uma grande batalha entre Tróia e Esparta que duraria quase uma década. O filme é uma superprodução milionária, baseada no poema épico de Homero, A Ilíada.
Medéia – 1969 - Mitologia – tragédia de Eurípedes
Em seu único papel no cinema, a diva Maria Callas vive a feiticeira Medéia, que mata o próprio irmão para fugir com o amado, Jasão, que roubara o velocino de ouro. Anos mais tarde, Jasão a abandona, para se casar com a jovem e bela flha do Rei Creone. Indignada, Medéia planeja uma terrível vingança contra Jasão. Com belíssima fotografia de Ennio Guarnieri, Medéia é uma brilhante versão da tragédia grega de Eurípedes. Sem dúvida, um dos mlehores trabalhos do polêmico Pier Paolo Pasolini, o diretor de O Evangelho Segundo São Mateus, Teorema entre outros filmes memoráveis.

Mitos literários do ocidente – A viagem de Ulisses – 2005 Homero - Ilíada e Odisséia
O professor Antonio Medina em sua palestra A viagem de Ulisses aborda as aventuras narradas por Homero na Ilíada e na Odisséia. De acordo com sua análise, Homero fala de ambientes guerreiros: na Ilíada ele fala sobre os acontecimentos finais da Guerra de Tróia e na Odisséia, ele narra as aventuras de Ulisses para retornar aos braços da sua amada Penélope e de seu filho. Na Odisséia, Ulisses aparece como um homem capaz de costurar várias contradições ao longo do mundo. Ele tem a condição do sábio, do generoso e a condição do homem que está libertado daquela necessidade auto-magnética do guerreiro que quer ser um deus de qualquer maneira. Ulisses foi um guerreiro que não quis ser eterno, ele quis ser homem.

O inferno de Dante – 1997 - Dante Alighieri
Autor deste poema medieval, Dante Alighieri, trouxe o Inferno à vida através de representações extremamente realísticas de tortura, dor, dos demônios e do próprio Satanás. Através de entrevistas com renomados especialistas e visualizações de cenas cruciais, este documentário mergulha fundo no significado e intemporalidade desta obra, trazendo-a para uma análise dos dias de hoje.

O mercador de Veneza - 2004 - William Shakespeare
O jovem nobre Bassanio (Joseph Fiennes) pediu dinheiro emprestado ao amigo Antonio (Jeremy Irons). O objetivo de Bessanio é viajar a Belmont e pedir a mão de Portia (Lynn Collins). No entanto, Antonio não pode emprestar o dinheiro e só resta ao jovem procurar o agiota Shylock (Al Pacino). O amigo pede dinheiro ao negociador pessoalmente, prometendo-lhe um naco de sua própria carne caso não haja pagamento. Essa negociação acaba mudando a vida de todos em volta de Bassanio.

O nome da rosa – 1986 - Idade Média/ Inquisição
Baseado no excelente romance de Umberto Eco. Gênero: suspense. Ano: 1986. Um monge franciscano é encarregado de investigar uma série de estranhas mortes que passam a ocorrer em um mosteiro, em plena Idade Média.

The themes of Shakespeare – 2004 - Hamlet – Júlio César – Macbeth – Otelo – Rei Lear – Romeu e Julieta
The Themes of Shakespeare é um guia inestimável da obra de um dos mais importantes autores de língua inglesa, e traz as maiores autoridades do Shakespeare Institute de Stratford-upon-Avon e do Shakespeare Centre apresentando um estudo detalhado de alguns de seus trabalhos mais populares e das questões mais comuns que os cercam. As discussões são ilustradas por filmes e encenações feitas especialmente para o programa pelos atores da Stratford Shakespeare Company.


TEXTO LITERÁRIO E TEXTO NÃO LITERÁRIO - 1º ANO






Texto literário e texto não literário

O texto para ser considerado literário precisa ter uma elaboração peculiar e especial ao referir-se aos fatos presentes no texto. Nesses textos é possível perceber traços que não existem nos não literários. Para ser chamado de literatura, o texto precisa ter uma linguagem bem elaborada, de modo que ela seja artística, e o universo descrito até então é desconhecido do leitor, pois faz parte apenas do universo imaginário, entretanto, sem perder sua interação com o mundo real.

Essa interação ocorre por meio de vários recursos, dentre eles: pontuação diferenciada, figuras de linguagem e vocabulário bem selecionado para transmitir o que se pretende. Geralmente, o texto embasado nesses fatores revela emoção, pessoalidade e é detentor de simbologia, arte e beleza que transcendem às palavras no papel.


Os não literários são os textos corriqueiros que não possuem elementos artísticos, construções diferenciadas ou recursos que denotem a eles caráter único. Encaixam-se como textos não literários anúncios, notícias jornalísticas, textos técnicos de distintas áreas do conhecimento e relatórios científicos.
Texto literário e não literário


(Texto 1) Descuidar do lixo é sujeira

Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)

COMENTÁRIOS:

O primeiro texto – "Descuidar do lixo é sujeira" – se propõe a dar uma informação sobre o lixo despejado nas calçadas, bem como o que acontece com ele antes de o caminhão do lixo passar para recolhê-lo. É um texto informativo e, portanto, não literário.


O texto não literário apresenta linguagem objetiva, clara, concisa, e pretende informar o leitor de determinado assunto. Para isso, quanto mais simples for o vocabulário e mais objetiva for a informação, mais fácil se dará a compreensão do conteúdo: foco do texto não literário.


São exemplos de textos não literários: as notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de dicionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias, os manuais, etc.


(Texto 2) O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.


(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)
 

COMENTÁRIOS:

O segundo texto – “O bicho” – é um poema. Sabemos disso principalmente por sua forma. O poema é construído em versos e estrofes e apresenta uma linguagem carregada de significados, ao que chamamos de plurissignificação. Cada palavra pode apresentar um sentido diferente daquele que lhe é comum.

No texto literário, a expressividade é o mais importante. O conteúdo, nesse caso, fica em segundo plano. O vocabulário bem selecionado transmite sensibilidade ao leitor. O texto é rico de simbologia e de beleza artística.

Podemos citar como exemplos de textos literários o conto, o poema, o romance, peças de teatro, novelas e crônicas.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

APRESENTAÇÃO


APRESENTAÇÃO

Esse blog foi idealizado pela professora Elisa Regina na disciplina de Português da EE Profº José Augusto de Oliveira para registrar e divulgar as propostas de leitura e escrita,assim como a produção textual dos alunos do ensino fundamental e ensino médio.






Olá, sou professora de Português da rede estadual de ensino há 18 anos. Atualmente, leciono na EE Profº José Augusto de Oliveira, Ourinhos SP, juntamente com um grupo de alunos, idealizei a criação de um blog para a divulgação de textos estudados e produzidos. Acreditamos que, unindo ideias às novas tecnologias,teremos atividades mais produtivas e prazerosas.